O relato de uma artesã hippie que vive de forma simples expondo seu trabalho, e encontra no grande centro, um público classe média alta para a sua arte
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Consolação próximo a Augusta, na calçada de frente à um grande shopping forma-se todo dia uma espécie de feira artesanal à céu aberto, vê-se todo tipo de material e criações impressionantes |
Irina é da Suíça, saiu de lá para viver seu sonho de viajar pelo mundo. Seu primeiro destino foi o Chile, onde já chegou fazendo alguns trabalhos manuais e decidiu viver apenas disso. Já esteve também por terras Argentinas, Uruguaias e agora o Brasil, onde está há seis meses. Segundo ela, todos os lugares por onde já passou foram o que esperava. As experiências e liberdade do seu sonho é indescritível, e apesar da fragilidade de sua exposição na rua, disse nunca ter tido nenhum problema, e havíamos acabado de ser abordadas por um senhor hippie, curioso e um tanto “simpático” demais que só nos deixou, por Irina saber como lidar com a situação.
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“Eu decidi por isso, ninguém me mandou fazer, eu gostava das coisas manuais
desde pequena, eu era criança e já produzia colares, passava a noite fazendo
coisas.” |
Perguntamos como era a receptividade das pessoas com sua arte, e disse que há quem “olhe torto”, mas há também quem pare para conhecer, e então reconheça o valor do trabalho artesanal. Nos respondeu, que nunca sofreu repressão de policiais, e que não é necessário permissão para exposição livre nas calçadas, que só houve algumas restrições na época do Mundial da Fifa.
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Pulseiras trançadas em cores e linhas, peças que sabe fazer desde criança |
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O trabalho em pedras de simbologia espiritual, a que a mão aponta é um cristal, "harmoniza as energias e os sentimentos da alma" |
O que podemos observar, essencialmente, não apenas nesse contanto com a Irina, mas toda a expressão diária que vemos quase como um intervenção nas nossas rotinas, de artistas de rua, independentes e livres, é essa alegria e satisfação genuína em fazer o que gostam com amor e criatividade. Faz parecer que essa loucura que vivemos, nessa sociedade extremamente consumista e irracional é que deveria ser a estranheza e não os hábitos seus hábitos livres. Sem luxo ou qualquer conformismo típico da nossa geração, ela estava satisfeita por seguir seus sonhos, produzindo a arte que ama e tendo a admiração de todo tipo de classe social, vivendo com uma simplicidade tão distante de preocupações supérfluas, sua filosofia é fazer sua arte e seu próprio caminho.
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Fotografias: Priscila Ferreira
O Artesão, talvez possa se orgulhar de todas as estradas como o próximo caminho. Se assim o desejar. E isso o faz seguir em frente com muito prazer em realizar a Arte pulsante e contínua, própria de sua Natureza. Kanhoto
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